domingo, 21 de setembro de 2008

De braços abertos




Conversando com a praia enquanto as ondas a beijam.
Seus olhos fitam o infinito de onde ela nunca esteve...
Anteriormente... Interiormente...
Olhando pra dentro um rodamoinho de perguntas e mudanças,
Todas misturadas com seus sentimentos.
Meditar... Essa é a resposta,
É hora de conversar consigo, saber o que está acontece.
E porque que no meio desse rodamoinho há um sentimento que ela desconhece.
Um que na sua essência tem cor avermelhada e perfume suave.
Mergulhar nas dúvidas é morrer em suas águas,
E com um súbito baque ela acorda sem se jogar...
Seus olhos agora prendem-se nos pés e passos suaves na areia...
O mar se aquieta quando ela olha pra trás
E de braços abertos ela abraça a felicidade,
Sabendo que seu rodamoinho virou uma lagoa calma,
E que agora tudo está em paz.

What's this life for?


Mil corpos jogados em uma vala olham o céu
Exalam seu suspiro para a terra ao chearem ao fundo
Fundo de uma existência, o último sangramento...

E de quem é a vida?
.
Não há flores, nem há vida pra perfurmar seu sepultamento
Não há beleza, não há choro, nem velas, nenhum lamento
Só a realeza tem o direito de piedade em seus últimos momentos

E pra que serve tua vida?

Não viram o que você deixou
Se foi caráter, esposa ou filhos,
Nem muito menos teu dinheiro
À morte não interessa a riqueza
mesmo pagando o seu enterro
E aos pés da natureza você se desintegra
Descansando sem nenhuma pressa
Até o dia de seu julgamento...

Qual o valor da vida?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Confissões de uma menina, pensamentos de uma mulher.


As palavras me fogem do pensamento nesse dia azul onde o tempo está parado.
Cada canto do céu espia as árvores balançando seus galhos sem sentido, enquanto as folhas caem mortas.
Seus olhos vagueiam por ruas desertas, porém cheias de carros, fumaça e poeira.
Uma cidade qualquer...
E eu, eu conto meus passos como se nada me restasse, a não ser as pegadas e as dúvidas.
Deixando para trás situações, mesmo estando totalmente incompletas, mas quem se importa...
Somente o passado me acompanha.
E sorrindo de mãos dadas nós caminhamos por um destino inacabado.
Não há como se viver de passado, mas estamos presos num tempo que parou...
Num único momento, numa sala de iluminação fraca onde habitava o amor.
E nesse ciclo de saudade, eu caminho junto ao passado tentando retomar o que em algum lugar foi esquecido.
Um sorriso, um beijo, um abraço, um olhar qualquer indefinido.
Uma menina que chora procurando seu ursinho.
A criança que em mim se abriga.
Seus olhos vermelhos, inchados pela teimosia, brilham na esperança de ainda conseguir o que quer.
Mas já fazem anos...
Enquanto isso um cobertor a faz companhia pra não ter que se abrigar nos braços de outro qualquer.
Mas ela não se abala... Continua a fazer suas travessuras, sorrindo calada, sonhando acordada...
E lutando consigo mesma, buscando de todas as maneiras tornar-se uma mulher.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Apague a luz...


Hoje só quero que apague a luz
Permanecer cega em um mundo inexistente
Sentir o peso das tuas mãos fechar meus olhos
E aquela goteira caminhando sorrateira por minha face
O que diria se fosse verdade?
Juntaria minhas mãos às suas como eles costumam fazer?
Me oraria uma prece? Juraria palavras mesmo sabendo que não te ouvirei?
O que dirias pra mim, pois pra ti não tenho mais nada a dizer
Meus lábios já se cansaram de travar aquela luta contra os seus
E sua suavidade se perdeu em algum lugar desse quarto escuro
Sem sentir teu calor, nem mesmo o frio ou o que for
Portanto apague a luz. Hoje já não preciso mais dela.
Sua única utilidade seria te dizer que agora estou sozinha
Que não tenho ninguém a não ser a mim mesma
Porque o que te serviu um dia foi o sopro dessa luz pra me levar à fantasia
Agora a ilusão também anda sozinha. É tarde pra me procurar.
Se o verde dos seus olhos não enchego mais
Deixe que a opacidade e o escuro encham esse quarto de paz
Quero seguí-la enquanto você me fita a chorar
Então apague a luz, me traga flores, me deixe descansar em paz.

sábado, 24 de maio de 2008

Um dia eu te amei

Um dia acordei e percebi que te amava,
Por ver seu olhar se cruzar com o meu.
Um dia acordei embriagada em teu cheiro,
Ao me encontrar perdida em um abraço teu.

Um dia acordei e me vi sonhando,
Com os dias em que pudesse te encontrar.
Um dia chorei e me vi implorando,
Por meu sonho não poder se realizar.

Um dia acordei e estava feliz,
Finalmente vivi um beijo teu.
Um dia acordei com a brisa que diz,
Que teu amor um dia seria meu.

Um dia acordei coberta de esperanças,
Que seu belo sorriso em meu coração criou.
Um dia acordei com a tristeza ao lado,
Me envolvendo no frio que seu descaso deixou.
.
Mas ontem acordei e me vi aflita,
Sem nenhuma mentira pra me consolar.
E hoje sozinha acordei convencida,
Que já não há mais motivos pra poder te amar.

domingo, 11 de maio de 2008

9 de Maio


Queria mudar o passado e não relembrar o que passou.
O que passou está aqui dentro,
Recordando o que você deixou.

Remoendo dissabores, relembrando sensações,
Voltando ao tempo.
Às três horas de uma tarde cinzenta e fria,
Que conseguia me aquecer por dentro.

Cada pequeno detalhe seu,
Seus beijos, sua pele de doce avelã,
Tudo tão perfeito, que quis que estivesses comigo...
Durante todas as manhãs...

E tardes, e noites o tempo inteiro...
Não importa o que custasse,
Se descansasse em paz...
Sentindo teu cheiro.

Mas durante esses dois anos minha alma se aflige.
Pra arranjar um meio de ter você aqui.
Vou sonhando tranqüila deitada em teu colo,
Enroscada, aquecida em seu abraço ilusório,
Protegida pelo brilho da tua estrela de Davi.

domingo, 4 de maio de 2008

Porque te amo??



Porque quando te vi, o amor sussurrou ao meu ouvido,
E me disse que achei quem eu procurava.

Porque quando Deus criou as estrelas, ele não disse a elas o que fazer,
Elas saberiam que apenas o que elas deveriam fazer, era nos guiar.

E Deus quando criou o sol, não mencionou a lua a ele.
Porque ele saberia que era ela quem ele deveria iluminar.

E quando a chuva foi criada... Ela já sabia quem dela precisava.
E que era a terra e os rios quem deveria alimentar.

Porque Deus quando criou você ele soube exatamente o que fazer...
Por sua perfeição Deus te criou com todos os detalhes.
Simplesmente pra me explicar.

Deus te criou do jeito que você é.
Porque sabia que assim que eu te olhasse.
Eu conheceria a essência do amor... E por fim aprenderia a amar
.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Ser


Que seja o que é ser
Ser seu mar, seu vento, sua paz, seu calor,
Ser algo que a Ti pertença.
Ser amor.
Pois o amor é ser infindável,
Ser infinito e imaginário que se compartilha...
E sem isso eu só seria.

Seria tristeza, seria mágoa, seria fim.
Sem seu amor seria nada,
Sem seu amor seria assim.
Não teria sol, não sentiria,
Não sorriria, ou choraria,
Não sentiria nada mais.
Não seria, ser amada,
Só seria estar sem Ti.

Sem ter...
Seria enlouquecer, seria aprisionar,
Não seria sua... Nem minha seria,
Não saberia amar.
Seria nua, seria fria,
Seria então o quê?
Sem você nada seria...
E nem saberia ser.

sábado, 1 de março de 2008

Manhã de sol


Nessa manhã de intenso sol eu acordo,
Meus pensamentos vagando em uma corrente sem destino.
Todos voltados a sua busca... Ao sonho que tive essa noite.
Meus olhos ainda escondem a ansiedade,
Mas mostram os cristais líquidos de saudade que se deixam caminhar em minha face.
Que tortura te Ter em sonhos e poder desfrutar de cada célula do seu corpo...
Mas em minha cruel realidade me encontro no vazio da minha cama perdida em desejos e devaneios.
Seus olhos... Perfeitas pedras preciosas verde-mar... Raras esmeraldas.
Em minha mente ainda consigo recriar a imagem do seu olhar, segundos antes de tocar sua boca com minha alma.
Mas ao menor barulho de passos no corredor, eu acordo de minha realidade interna, para o cruel pesadelo externo onde meu corpo se encontra.
Meu coração enganado dispara ao pensar que é você quem está presente aqui...
É pena ao abrir a porta não poder encontrar meu alívio.
Mas apenas um rosto amigo.
Um olhar de anjo a me encarar sorrindo...
Doce, porém com pesar ao ver que a tristeza por sua falta, conseguiu o que buscava e lentamente vai me destruindo...

Te ter...


Na solidão de uma rua escura meu corpo vagueia querendo, buscando, desejando, apenas a sua presença.
Buscando saciar a sede que sinto de você
Saudade...
Palavra mais presente quando o assunto é solidão...
Palavra que domina com a mesma loucura que seu olhar me dominou ao cruzar meu caminho.
Seu calor... dono da luz que me alimenta, saciando minha fome vorazmente
Água pura de mina que mata a sede apenas em um gole e vira vício!!!!
Vicio que sufoca, que atormenta, que maltrata e fere!!
Vicio que destrói a alma em segundos, segundos eternos.
Anjo
Anjo de olhar vago sem expressão
Anjo de face oculta... sem vestígio de sentimentos.
Gentilmente mata com apenas um gesto...
Sem sequer atender as súplicas de uma reles mortal que o deseja com sentimentos incertos...